Quarto ano da graduação.
Domingo, 07:11 da manhã, tô no metrô indo pro Tietê pra ir pra sanca.
Coisas que a gente faz pelo que ama. Pergunta se eu acordaria a essa hora pra ir pra sanca assistir aula da tarde. Não! Mas tô indo tocar com a Bateria no ginásio - e por isso eu madrugo, eu me ferro, tanto faz, só quero tocar meu sambinha sincero.
Coração ta apertado. Acho que não teve uma volta sequer em que não chorei pelo menos por dentro. Toda vez me questiono se o que to fazendo faz sentido pra mim - por que to tão longe da minha família, das minhas amigas? Da minha São Paulo também! Tudo que eu mais amo no mundo está aqui, e toda semana eu parto em direção a outro lugar, sem saber exatamente o porque. Um dia espero olhar pra trás e conseguir enxergar nitidamente. Bom, uma coisa é fato, eu sei, tenho total noção de que a distância fez eu dar esse imenso valor que dou a eles. Antes brigávamos muito, eu reclamava muuuito mais, realmente não enxergava assim descaradamente o quanto cada um aqui é essencial na minha vida.
Mudei pro vagão da linha azul e sentei no chão. Eu, toda certinha, to com medo de que algum segurança me mande levantar. Só queria ficar aqui sentada de boa, não to atrapalhani ninguém.......
A mari fez comigo um teste psicológico que revelou coisas interessantes. Meus conflitos e as soluções que vejo - resumindo, sou mesmo uma pessoa cheia de entranhas mirabolantes. Preciso aceitar que sou uma só pessoa, que eu, Mel e todas as outras personalidades somos a Ornela. E quando eu aceitar de verdade talvez fique menos conflitante. Mas eu dei vida a ela. A Mel tem seu próprio corpo quase - ser uma pessoa só, compete em aniquilá-la, compete em não poder mais culpá-la pela minha falta de caráter. É tipo pular na fogueira pra de fato viver. Que decisão e atitude difícil....
Mel, podemos pensar que quando eu conseguir me alinhar com você, seremos finalmente eu e você mas mais do que isso, seremos eu e eu, e aí sim, você nunca mais irá embora, já que será sempre eu. Não sei o quanto quero que você se torne 100% intrínseca a mim. Porque você me assusta... Mas nós juntas somos ótimas. Nossa realmente você é o meu maior conflito, e é maluco demais saber que você sou eu...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Às vezes até um smile agrada a quem escreve.