eu tenho medo porque sei que vou conseguir. eu quis ir embora. se tivesse um ônibus que fosse pra Brasília na minha frente eu teria ido. e teria me perdido no cerrado de raízes profundas e nunca mais voltado. eu teria ido pro Sul. eu chorei metade da água do meu corpo. a outra metade eu chorei mais tarde. cheguei em casa seca, com alguns poucos restos de sorrisos no rosto trazidos pelo vento que sopra do ipiranga pra cá, pra mim.
fiquei imaginando a gente nas escadas. tirando o atraso dos beijos que perdemos. de amor. de vontade, não sei. passei o tempo lá. imaginando. pensando se era eu que estava errada e tentando me manter firme e fria. não queria mais. queria o fim. te juro, não sei o que quero. mas a raiva passa porque meu peito dói muito e eu a expulso. com a cabeça quente, não quero mais nada. tanto faz. vai doer se continuar, vai doer se acabar, vai doer se não acontecer nada. eu não espero que ele mude. faz muito tempo que não me refiro a ele assim: ele. sempre é você você você. mas agora, hoje, é ele. ele, aquele que tanto me faz feliz como me apunhala sempre aonde mais dói. aquele em quem não confio. não brinco de cair em seus braços porque sempre suspeito que não estarei segura. pensando bem deve ser assim com todos. mas no nosso caso eu queria poder cair. eu queria poder esperar algo dele além do mínimo necessário para a sobrevivência. óbviamente que estou exagerando mas um coração dilacerado com o tempo exagera mesmo.
é isso. eu quero mais do que o mínimo. eu quero mais do que o suficiente para eu ficar. eu quero companhia. e eu cansei, já não quero mais a sua companhia. eu quero todas. quero a companhia dela. eu sonhei com ela...eu ia na sua festa e pedia desculpa por ter ido, mas afinal ela havia mandado o convite pra todo mundo só pra ostentar sua beleza. e que beleza bela...é inveja. eu não a odeio, eu a invejo....que triste. ela é linda. quem me dera poder chegar junto e dizer o quanto ela é linda e como deve ser incrível. o que me impede é que eu estaria mentindo. além de que ela riria de mim, sairia rebolando e dando com as mechas californianas na minha cara. nem sei mais do que to falando.
vocês estão brigando de novo? não...eu não quero brigar...eu só quero ir embora porque não quero mais chorar...não aqui...não na sua frente...sou uma princesa, e não só quando estou linda e legal em sua casa. eu sou sempre uma princesa. como todas, me derreto quando estou nos braços de um cara e ele diz que sou sua princesa. porém, como todas, me entristeço quando o príncipe não tem mais o saco de subir no alto da torre e me acordar com um beijo.
eu achava que tinha tido bons motivos pra deixar tudo se apagar, mas hoje vejo que não. tanto que não deixei. hoje sim acho que tenho bons motivos. sou amada sim mas não nos pontos em que eu quero amor. afinal, só sentimos falta daquilo que não temos. onde tá tudo bem, tá tudo bem. eu quero atenção. eu quero que o meu cara me queira. que o meu cara pare o que está fazendo pra falar comigo, que o meu cara queira mais o meu abraço do que o seriado da vez, que o meu cara queira a minha felicidade passando por cima dos seus caprichos. eu quero um cara que não existe, não aqui, não pra mim.
e ao mesmo tempo eu não quero nada. eu quero que aconteça. eu quero que a gente aconteça. eu quero o seu abraço que eu espero tanto. eu quero os meus sonhos. ou seus. eu quero que você queira me abraçar também. eu quero que a gente se esqueça, e se abrace sem lembrar, sem querer.
eu quero que ele se esforce. eu quero ser firme, forte e magoadora momentânea do meu próprio coração. mas esse é o meu problema, as coisas que quero, quero agora.
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