domingo, 10 de maio de 2009

"every body has a secret."

há alguns longos minutos acabei de assistir Pathology com a mari e a silvia, a-do-rei. Filme deliciosamente envolvente, cruel, com Milo e Michael nos principais. E belo trocadilho em "every body has a secret", belíssimo.

Estava eu aqui olhando o orkut de uma garota muy bonita. Às vezes me sinto tão chata, porém me sinto única, me sinto sincera demais, uma sinceridade que atrapalha, mas que ajuda. Vejo a trajetória desta garota em minha vida, lançando inveja, discórdia, ciúmes, separações, uniões. É tão estranho me imaginar no lugar dela...sou sempre taxada de chata (e sou mesmo) por nunca dizer 'eu te amo' e por, principalmente, não aceitar que digam a mim. Porra, me sinto mal por saber que a frase que você diz a mim não vem de lugar nenhum. É algo como "olá" que as pessoas jogam ao vento, não consigo engolir, me sinto mal perto de pessoas assim. Acabo me sentindo mal perto da maioria.

Outro dia no bus, voltando da GV, lágrimas caíram dos meus olhos e eu disse a mim mesma que realmente não sabia se tinha ou não esquecido diego...e se quer saber, realmente não sei. Desisti dele, desisti mesmo, mas, queria não ter desistido às vezes. É com ele que queria passar o tempo bobo, pra ele que às vezes me dá vontade de ligar...na meia-noite de 1º de janeiro desse ano, liguei pra ele. As linhas congestionadas e um lado meu querendo matá-lo, o outro, querendo amá-lo eternamente. Lembro-me da doce voz dizendo 'alô' no meio de tantos fogos e lágrimas que escutava por toda a parte. Eu disse que era eu, ele parecia espantado, afinal, mais uma vez eu o surpreendi. Fui curta, e grossa. "Feliz ano novo", querendo completar com um 'otário' no fim da frase...ele desejou o mesmo, e pediu desculpas pelas coisas que fez. Por dentro eu queria dizer 'obrigada por me dar o melhor ano da minha vida', mas o que eu disse foi 'tá. feliz ano novo, tchau' e desliguei...O último telefonema que dei...nem lembro mais o número inteiro...às vezes bate uma saudade imensa dos momentos que passamos, às vezes me dá vontade de correr pro prédio e bater na porta, na esperança de ouvir algo como suspiros de felicidade, mas sei que ouviria um silêncio constrangedor, porta aberta para que eu fosse embora. Nunca o farei, nunca. Sei disso. Enfim, essa toda não é a questão...a questão é que fiquei afim de jô delicinha, o que é péssimo. Vamos a este caso.

Jápeguei. Começa por aí, não foi bom, foi chato. Faz tempo já, mas me lembro como se fosse ontem. E outra, ele tá afim da tinha...não sei porque, mas me deu uma vontade de ser a namorada dele por um dia .-. e é estranho porque ele não me atrai em nada, nada mesmo, no máximo no abracinho slowmotion. Estranho né? :O

Acho que queria encontrar o garoto do shopping...foi o olhar mais intrigante que alguém ja jogou pra mim, e aposto que vice-versa. Paixão instantânea, bastou um olhar no meio da multidão para que nossos corações fossem a mil. Aquele dia no Central plaza...único. Eu sentada com as garotas no banco, quando de repente parei de responder/ouvir/piscar e lembro delas repetindo meu nome como se eu tivesse dormido sentada. Se deram conta de que algo me enfeitiçara. Eu olhava fixamente nos olhos de um garoto dos cabelos cor de mel, pele morena e olhos brilhantes, ele parecia um chocolate. O garoto também não respondia aos amigos, que riam desesperadamente com a cena bizarra pra um shopping center. bah, garotos. Esqueci do garoto quando entrei na fila da pipoca, o cheiro do prazer chegava a cada segundo para me moldar. Mas ao olhar pra fila ao lado, encontrei-o novamente. Ouvi os amigos deles dizendo "vai lá falar com ela, fulano", mas ele, tímido, não foi. Eu ia entrar para o filme quando resolvi olhar pra trás, afinal seria a última vez em que veria o garoto do shopping. Na ponta dos pés, me virei no meio da fila de pessoas atrás de mim, mexi a cabeça até encontrá-lo, quando finalmente o flagrei na mesma posição que eu, na ponta dos pés, olhando diretamente, para mim. Entrei e sentei na última fileira do cinema, ao lado do meu antigo amor platônico, tinho tinho tinho bonitinho. O trailer começava e tinho tentava arrancar umas bitocas de mim, quando entreguei minha pipoca nas enormes mãos dele e disse "desculpa tinho, preciso encontrar alguém". Corri desesperadamente cinema abaixo, saí da sala e assim que virei o corredor, dei de cara com o meu garoto. Lá estava ele, acompanhado dos amigos, mas , na minha frente. Os dois de boca aberta, com as palavras na ponta da língua, mas a língua não estava lá para falar! Continuei andando, envergonhada, querendo me matar. Os amigos dele queriam matá-lo por não ter dito nada, encorajaram-no mas ele não podia falar. Entrei no banheiro, joguei água na cara e saí na esperança de vê-lo, em vão. Assisti o filme e saímos eufóricos da sala, e no banco da porta de saída estava o meu, até aí, amado. Percorremos o shopping inteiro várias vezes, sempre seguidas por eles. "Psiu, psiu", eu escutava. Eles andavam de costas para trombarem na gente. Ah se ele tivesse vindo falar comigo. Talvez não tivesse dado em nada, talvez ele fosse mesmo quem eu esperava. Mas ele não veio, eu não fui. Dormi na casa da may, nunca tirei da memória a imagem do garoto do shopping. Não mesmo. Um dia ainda o encontrarei, mas ele ainda há de ser loiro, senão não reconhecerei x)

Tenho garoto do shopping, garoto do ônibus, garoto do ponto...Garoto do ponto eu já conheci, deu em nada. Escutei hoje de madrugada a música "eu te amo você", pra relembrar Marisol, e viciei novamente, após anos. A mari virou um palito de fósforo pois pintou as madeixas de vermelho hoje. Ajudei na porqueira. Assistimos Pathology e cheguei aqui por volta da uma da manhã. Agora já são duas, e dormirei pois preciso sonhar esta noite.

Abraça-me e dá-me vida o abraço dos teus dedos, respirarei na cadência do seu sangue, do bafo que tocar-me-á. Pense que nem morto está o fruto que tombou...

Um comentário:

Às vezes até um smile agrada a quem escreve.