sábado, 17 de novembro de 2012

meu cais no porto


[Lanterna dos Afogados - Versão de Maria Gadú]

eu nem sei por onde começar. não sei se a gente devia começar pelo fim ou pelo começo, tipo o livro do Brás Cubas. penso que seria inadequado escrever tudo isso aqui, mas sei que se eu não escrever vai ficar tudo aqui dentro e qualquer sessão da tarde vai me arrancar um mar inteiro ou mais.

não to precisando de filme nenhum pra me arrancar mares e mares, porque a minha própria história está fazendo isso por mim. quando eu era criança eu não entendia porque as pessoas que se gostavam não ficavam juntas. achava o maior absurdo do mundo, sério. como pode isso?! hoje eu já consigo esboçar uma resposta... felizes são as crianças. 

você nem lembra o que comeu ontem e eu lembro de todos os nossos diálogos. os silenciosos, os poucos que tiveram uma voz mais alta, os muitos diálogos longos, os monólogos...eu lembro das iluminações, das músicas, das danças, dos gestos...das pérolas. e quando a gente chega aqui, tudo isso vem me visitar. é uma ótima visita, com certeza. são boas lembranças, muitas delas presentes e sendo revividas quase sempre. ou sempre. por que eu não consigo sair do quase? chega de quase! quero ser inteira! não quero metade, chega eu não quero metade agora às 01:18 da manhã. 

não consigo e nem gosto de passar pelas coisas sem senti-las. talvez essa seja a nossa enorme diferença. quando estou triste, choro. quando to feliz, sorrio, rio. quando há uma briga, eu fujo. pra mim ainda não passou. 

bom , o olho no olho deixa claro que queríamos que tudo estivesse diferente, mas absolutamente não nos esforçamos muito pra mudar. e quem quer mudar? agora, no meio desse turbilhão de emoções, quem é que tem coragem de mudar? ninguém precisa mudar...   tem aquela música da Ivete. não precisa mudar, vou me adaptar ao seu jeito, seus costumes, seus defeitos, seus ciúmes, suas caras, pra que mudá-las? (...) se eu sei que no final tudo fica bem, a gente se ajeita numa cama pequena, te faço um poema e te cubro de amor. Obg Ivete, belas palavras.

não sei como encerrar um post assim. porque é muito claro que eu não quero terminar. eu não quero encerrar assim. mas todo post tem que terminar todo post acaba. e olha só, a maioria deles, assim como você, o meu livro mais incrível de todos que eu já li 23432433x e leria mais 32423432, não tem fim! e não tem fim mesmo. pode continuar me arrancando mares e mares e mares e mares. só consigo sentir uma coisa muito doida que eu não sei o que é. acho que é o amor querendo me dizer alguma coisa...

não vou me apressar. pode me falar com calma que eu vou ouvir até o fim. todo mundo sabe ou devia saber que, nem que seja só aqui, sou dominada por você, o amor. e então, querido, vou te ouvir. corre logo aqui, vem logo sorrir comigo e me derrubar. é bom quando o amor derruba a gente. 

tô te esperando, vê se não vai demorar.

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