segunda-feira, 19 de julho de 2010

dia internacional da mulher

8 de março é o dia em que ela nasceu...faz muito, muito, muito tempo. tão corajosa, tão valente, tão apaixonada, determinada...e eu tenho o prazer de ser conterrânea dessa mulher. tenho o prazer de dizer que ela vive em mim, tenho o privilégio de dizer que ela é minha amiga.
sempre que penso nela eu choro, por que será? é um dos maiores amores que sinto. sou grata por tudo o que ela me ensina...tudo, tudo, sem exceção nenhuma. as coisas boas, as coisas ruins...os abraços que eu sinto. a imagem que eu tenho dela é muito diferente da realidade...conversando comigo ela é tão brincalhona, tão menina, tão minha irmã, tão linda, tão inspiradora. nas fotos, nos retratos, ela é séria, intimidadora, forte, me assusta.
eu gosto tanto dessa mulher! algumas pessoas na minha vida eu pensei que jamais iria perder, mas, perdi...por nada importante, mas essas pessoas mudaram de rumo, assim como eu. agradeço muito por saber que nunca perderei essa mulher, que vive dentro de mim. vive no meu sangue, na minha voz, ela vive em mim!

será que é por acaso que ela nasceu no dia internacional da mulher? a mulher mais valente do cangaço, a Maria mais bonita, a Santinha mais Maria Bonita. faz tanto tempo...em 1911 ela nasceu, começou a construir sua história que seria estudada por muitos e muitos anos. o que liga a minha vida com a dessa mulher? ela se foi tão jovem...em 1938 ela passou a estar eternamente presente em minha vida. tornou-se incapaz de, pelas circunstâncias da vida, me abandonar. foi nesse ano, que ela salvou uma garota que nasceria em 1994, cheia de cabelinhos escuros na cabeça, eu.
degolada...viva. quem foi capaz de fazer isso com parte de mim? quem foi capaz de tirar a vida de alguém? mas a vida não é tão seca como algumas pessoas enxergam...ela vive ainda mais, ela é mais presente, as pessoas nunca morrem dentro de quem não mata. ela vive em mim. não serei degolada viva por isso, espero...

basta fechar os olhos pra saber que eu não estou sozinha. às vezes parece tudo meio cinza, e realmente está tudo cinza. mas a gente pode colorir a vida inteira, a gente sorri e a vida pinta, a vida vira um quadro onde eu coloco o que eu quiser. costumo sentir muita falta de um abraço forte, de um abraço de carne e osso. essa minha vontade ela não consegue saciar, só algumas vezes no ano. mas não me faltam carinhos, abraços, mesmo que eu não os consiga enxergar, sei que eles estão aqui. sinto o meu beijo de boa noite quando vou dormir.

hoje acho que a ficha realmente caiu...eu me sentia só e vi que realmente estou. fui a uma festa onde me diverti muito, e quando cheguei em casa, não tinha pra quem ligar. não tinha pra quem contar como foi. por um segundo pensei "aonde estão as minhas amigas? aonde está a Mari?" - e foi estranho ouvir um silêncio profundo como resposta. estou sozinha, estou num barco aonde escrevo histórias e ninguém lê. eu não tinha ninguém pra telefonar, ninguém que quisesse ouvir o que eu tinha pra dizer, ninguém pra quem eu mesma quisesse contar como foi.
doeu muito. doeu mais uma vez olhar para o espelho e contar tudo, tin-tin por tin-tin, para mim mesma. perguntar para mim mesma se eu estava bonita. doeu mais uma vez perguntar pra mim mesma o que eu tinha feito de legal. doeu mais uma vez olhar para o espelho e ver uma lagriminha bonitinha escorrendo, tão sozinha, tão...tão triste.

dói muito saber que eu posso me acostumar com isso. não quero me tornar alguém fechada e só quanto a amizades, mas, tenho muito medo de tudo o que está acontecendo, pois eu estou fechada. é horrível essa sensação de ter sido trocada, de ter sido jogada pra escanteio como se eu não tivesse mais nenhum papel pra assumir na vida de muitas pessoas.

ela está aqui para enxugar as minhas lágrimas, ela está aqui comigo dizendo que tudo isso vai passar. confio perdidamente nessa mulher. escuto seus sussurros enquanto sorrio de leve com uma esperança quase dorminhoca que acorda aos poucos mas insiste em fingir que dormirá por muito tempo.

alguns podem me dizer ingrata, mas só nós sabemos a palavra que define o meu coração: gratidão.

quanto mais o tempo passa, Maria, eu vou ser pra sempre seu.


2 comentários:

  1. Profundo... escreve tão bem! Eu não sei se entendi tudo, mas esse lado de ter muita gente ao redor e mesmo assim, quando chega a noite e você se vê sozinha e ter vontade de chorar. E chorar... Eu te entendo. Sinto-me dessa maneira... Parece que quando a noite cai, aquele sentimento de solidão bate... É bastante vazio. :S

    Gosto de ler seus posts *--* é como se alguém entendesse o que eu sinto.

    Boa sorte amiga :D

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  2. Adorei o peixe novo *-*
    Vc escreve muito bem, parabéns!

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Às vezes até um smile agrada a quem escreve.