sábado, 18 de agosto de 2018

remoto controle

resolvi citar um segredo meu
que não é tão segredo assim - algumas pessoas importantes pra mim sabem disso

todo mundo de alguma forma se auto-flagela - os motivos e modos estudarei mais a fundo num documentário que um dia nesta vida tirarei do papel

eu corto a minha própria gengiva, e acho que comecei a fazer isso com uns 13/14 anos talvez. ou antes, não tenho ideia.

no banheiro, na paz da madrugada, atentamente olho para a boca. com um objeto pontiagudo, machuco a gengiva entre um dente e outro, nos dentes da frente, nos de cima e nos de baixo, por dentro e por fora. o sangue escorre e sigo atentamente um conselho que recebi de alguém quando comecei: não engulo o sangue, tem que cuspir tudo. é orgástico, um prazer quase que sexual. dura muito pouco, é como roer as unhas - cada uma roída é uma a menos pra se roer. 

quando era mais nova, era muito frequente. apenas o tempo necessário para a cicatrização, que é de poucos dias. e era mais intenso, era muito impactante. gostava de ver o sangue escorrendo pelo lábio inferior e descendo pelo queixo, pescoço e peito. um fio fino e muito vermelho - eu achava lindo, tentava fazer de um jeito que saísse o sangue perfeito.

hoje é raro. contei pra minha dentista, ela não deu bola, fiquei chocada pela falta de interesse pois ao meu ver é algo muito sério que deveria deixá-la mais preocupada do que o fato de eu não escovar os dentes todos os dias antes de dormir. bom, quase nunca faço mais isso, mas ainda não posso me dar o luxo de usar fio dental porque daí pra terminar imersa neste prazer é menos que um pulo. também não me aconselho a mascar chicletes, porque começo a apertá-lo entre os dentes até doer.

tenho o projeto de um documentário que falará sobre isso. os motivos na cabeça das pessoas, os motivos subconscientes reais, o modus operandi, as consequências etc. não só dessa situação, mas de vários tipos de auto-flagelação.

já pensei N loucuras relacionadas a isso mas elas ficarão por enquanto só entre eu e eu - sim, não entre eu e você, porque você sou eu e hoje aprendi com a minha irmã Mari que preciso assumir que somos a mesma pessoa. tenho um blog chamado "ufa. finalmente eu e você" que precisa urgentemente mudar de nome.

como sempre, não me julgue. essa página em branco jamais faria isso.

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